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terça-feira, 27 de julho de 2010

Longe de ser educativo, tapinha causa dor física e emocional


Além de machucar, as palmadas em crianças podem gerar adultos agressivos
Por Natalia do Vale

O tapinha está enraizado em nossa cultura, é o que provou a pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (26) . De acordo com os dados levantados, 54% dos brasileiros são contrários ao projeto de lei que veta palmadas, beliscões e castigos físicos em crianças.

Dos 10.905 entrevistados, apenas 36% se mostraram favoráveis à proposta do presidente Lula. Isso porque a maioria dos brasileiros (72%) já apanhou dos pais, já bateu nos filhos e pensa que o método não faz mal nenhum e é um auxílio na hora de educar a criança. O resultado da pesquisa vai contra a ideia defendida pelo governo e por ONG's de que "conversar é sempre melhor que bater".

Entendendo o projeto
O presidente Lula assinou na última semana um projeto de lei para proibir a prática de castigos físicos em crianças e adolescentes. A resolução foi feita em comemoração aos vinte anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que já instituía punição contra "maus tratos", mas não especificava os tipos de castigo que não podem ser usados por pais, mães e responsáveis.

Se a lei for aprovada, tapas, beliscões, puxões de orelha e outros tipos de castigos físicos poderão ser denunciados por pessoas que convivem com a família, como vizinhos e parentes, ao conselho tutelar. E as punições são as mesmas já previstas no ECA para pais e cuidadores, que vão desde encaminhamento a tratamentos psicológicos até advertência e possível perda da guarda.

Com isso, o governo deseja acabar com a banalização da violência dentro de casa, onde palmadas podem evoluir para surras, queimaduras, fraturas e até ameaças de morte. A medida é polêmica, mas vem ao encontro das tendências mundiais, já que atualmente mais de 25 países, entre eles Suíça, Áustria e Alemanha, apresentam políticas que visam coibir essa prática. Na América do Sul, apenas o Uruguai e a Venezuela adotaram lei semelhante.

Bater nunca é solução
Os especialistas em educação infantil já condenam há muito tempo, mas o famoso tapinha ainda é usado como método de ensino por pais que acreditam que esta seja uma maneira eficiente de impor respeito e educar.

O problema são os prejuízos físicos e afetivos que a atitude provoca aos pimpolhos. "O que é um tapinha para um adulto, não é para uma criança, bater nunca é a solução", explica a psicóloga Maria Amélia Azevedo, que conduziu um estudo pelo Instituto de psicologia da USP, em conjunto com a psicóloga Viviane Nogueira de Azevedo Guerra , relatando os efeitos negativos do tapinha e explicam que seu uso é uma questão cultural.

A pesquisa, que originou o livro Mania de Bater - A Punição Corporal Doméstica de Crianças e Adolescentes no Brasil concluiu que das 894 crianças entrevistadas, mais da metade revelou ter levado ao menos um tapinha em casa e, na maioria dos casos, foram as mães as responsáveis pela palmada. "As crianças sentem dor física e psicológica. Muitas das crianças avaliadas se mostraram revoltadas com os pais que, para elas, tinham se esquecido de que já foram crianças um dia", explica Viviane de Azevedo.

Tapinha dói sim
A dor sentida pela criança quando ela leva uma palmada não é apenas física. As palmadas costumam ferir os sentimentos da meninada, que não entende a razão de ter apanhado. Para elas, o que fica da lição é a violência como forma de punição.

"A criança não deve ser punida fisicamente. Deve ser educada. Se ela cresce sendo repreendida com violência, vai ser violenta também. Educação é antes de tudo, repetição", explica a terapeuta de casal e família Marina Vasconcellos. "Os pais ficam chocados quando chegam reclamações da escola sobre o comportamento agressivo dos filhos, mas basta ver que a reação é um dos efeitos da violência do tapinha usado por eles para educar."

A secretária Juliana Martins, mãe de Beatriz, 6 anos, conta que nunca havia dado palmadas na filha por achar que não era uma boa forma de educar, porém, um dia, de cabeça quente, a secretária deu um tapinha em Bia, que reagiu chorando muito. Desesperada por achar que tinha machucado a filha, Juliana perguntou o que houve, e a menina disse que doía mais no coração. "Nunca mais encostei um dedo nela. Até hoje me lembro dela falando com lágrimas nos olhos. Depois disso, percebi que conversar é sempre a melhor opção", conta a mãe.

Postura firme
Marina Vasconcellos explica que, muitas vezes, voz e postura firmes são suficientes para repreender os pimpolhos e que apontar os motivos da bronca é fundamental para que o processo de educação seja efetivo. "Não adianta colocar de castigo ou gritar. Se você não mostra o erro, nada irá funcionar, além do mais, a criança aprende o que é ensinado a ela. Se ensinar conversa, ela aprenderá conversa. Se ensinar com tapas, pode receber tapas em troca um dia", alerta a terapeuta.

Além disso, os pimpolhos podem encarar a punição à base de tapas como um caminho para confrontar os pais e, o método, que tinha como objetivo educar, acaba provocando o efeito contrário: "Como o tapa nunca vem seguido de explicações, desperta birra na criança, que vai cometer o mesmo erro para ver até onde os pais aguentam. Vira uma espécie de desafio", explica Marina. "Uma boa opção para o problema é nunca sair do eixo, assim, seus filhos não vão te testar, porque sabem que você perde o equilíbrio diante das travessuras deles", continua.

De acordo com a idade
Conversar com uma criança de dois anos não é a mesma coisa do que conversar com uma de 6 anos. Crianças muito pequenas entendem que estão sendo repreendidas, mas não conseguem perceber os motivos da bronca, por isso, Marina recomenda a paciência e a mudança de hábitos dos pais. "Tente mostrar por meio de atitudes o que está tentando explicar com palavras. Se ela não deve brincar na tomada, tire-a de lá e diga que não pode. Se ela bagunçou o brinquedo, tire-o dela e mostre onde ele deve ser colocado. Elas aprendem pela memória visual e pela repetição, falar não vai adiantar", explica a terapeuta.

Linguagem do afeto é ensinada com atitudes e não com violência

O amor entre pais e filhos se dá na base da construção. São carinhos, brincadeiras, cuidados e até broncas que alimentam estes laços de afetividade.

Quando a criança recebe palmadas como punição, aprende que dar palmadas também é bom e começa a construir laços agressivos.

"Se os pais batem, ela aprende que bater é legal. Se os pais punem com violência, ela vai sempre achar que desejos devem ser punidos e pode se tornar um adulto reprimido e até tímido", explica a terapeuta.

Hábito que se repete
Sabe aquele velho ditado "Os filhos são espelhos dos pais?" Segundo a terapeuta de casal e família, Marina Vasconcellos, quando uma criança cresce levando palmadas, pode usar o mesmo método com seus filhos no futuro, gerando um círculo vicioso: "A criança pode até achar ruim quando leva a palmada, mas quando ela cresce passa a achar natural, afinal, seus pais não iriam fazer nada de mal contra ela e, dessa forma, acaba repassando estes valores para os filhos. É pura repetição", finaliza Marina.
Alternativas
- Demonstre. Se a criança for pequena, tire dela o objeto ou a afaste da situação perigosa dizendo que não pode. Ela irá entender que não pode fazer aquilo.

- Mostre a sua autoridade. Pulso firme e voz ativa podem ajudar na hora de educar sem causar danos emocionais e físicos. "A criança já se intimida com o tom de voz", diz a terapeuta.

-Converse sempre. "Quando compreendemos nossos erros, evitamos sua repetição. Uma criança que deixa de fazer algo por repressão, mas não por um ato educativo, não aprende, apenas acumula reforços negativos e revolta", continua a especialista.

-Jogos educativos e brincadeiras podem ajudar a educar sem precisar apelar para o tapinha. Segundo Marina Vasconcellos, os jogos são grandes aliados da educação didática. Com eles, os pais podem ensinar limites e explicar erros brincando.

FONTE: yahoo

segunda-feira, 19 de julho de 2010

João Cândido (O Almirante Negro)


João Cândido – Patrono da Marinha Brasileira? – Por que não?

“Índios, brancos, negros e mestiços
Nada de errado em seus princípios.
O seu e o meu são iguais
Corre nas veias sem parar.”

Na música Etnia, Chico Science prega a harmonia entre as diversas etnias, muito diferente da nossa realidade atual e, principalmente, da realidade brasileira no período da República Velha.
A herança do período escravista deixou marcas na sociedade brasileira e seus reflexos são percebidos até os dias de hoje, nos quais nos deparamos com uma sociedade estratificada, marcada por preconceitos de todos os tipos, pouca mobilidade social e trabalho escravo em canaviais, carvoarias e garimpos.
Apesar das várias denúncias, do ativismo de algumas organizações não governamentais e algumas políticas públicas, por exemplo, a política de cotas para negros nas Universidades, para tentarem minimizar os efeitos maléficos dessa herança, os resultados ainda estão muito longe do ideal.
Durante o período da República Velha a herança do escravismo estava muito mais enraízada do que nos dias atuais. A lógica do branco dominador e do negro dominado, que era característica do período escravista, pouco, ou quase nada, divergia do período da República Velha no qual os brancos (barões do café) ditavam as regras em nossa sociedade.
Essa lógica era percebida em todas as agremiações, corporações e instituições. E não foram poucos os movimentos de contestação tanto no meio rural (a Guerra de Canudos, O Contestado, greves na zona rural e o Cangaço) como no meio urbano (a Revolta da Vacina, o Tenentismo, a Coluna Prestes e a Revolta da Chibata).
Em todos os movimentos de contestação algumas lideranças se destacaram. Mas, João Cândido teve um destaque ímpar na história brasileira pelo fato de ter se insurgido contra uma ordem vigente dentro de uma instituíção tão rígida como era a Marinha Brasileira. Além disso, o Almirante Negro se notabilizou, também, pelo fato de ter sido um oprimido que queria, de fato, acabar com a opressão, ao contrário de outros “heróis” brasileiros que, ao invés de querer acabar com a opressão, queriam sair da condição de oprimidos e passar a condição de opressores.
No período escravista, costumava-se dizer que o negro deveria ser tratado com três pês (pão para comer, pano para vestir e pau para apanhar), o que não divergia muito dos tratos recebidos pelos marinheiros brasileiros no princípio do século XX. Estima-se que 80% da “marujada” brasileira era constituída de negros e mulatos (oprimidos) enquanto a oficialidade era formada por antigos senhores de escravos (opressores), portanto, a lógica de dominação continuou a mesma, ou seja, o branco opressor x o negro oprimido.
Os marujos recebiam um soldo miserável, alimentavam-se com uma comida detestável, quando não estragada, e o pior, eram castigados com chibatadas, amarrados pelos pés e pelas mãos, em cerimoniais bárbaros, de “castigos exemplares”. Os navios da marinha brasileira mais pareciam os navios negreiros. Seqüelas que herdamos dos mais de 300 anos de escravismo. A Revolta da Chibata, portanto, foi um movimento pela “abolição da escravatura” nessa instituíção.

“Quando o ideal é maior do que a vida, vale apena arriscar a vida pelo ideal”.

A frase, de domínio popular, exemplifica muito bem a luta de João Cândido em busca de um tratamento digno e humano para aqueles que dedicavam suas vidas em prol da pátria.
“Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podemos mais suportar a escravidão na marinha brasileira”. Esse foi o ultimato, dos marinheiros, dirigido ao Presidente Hermes da Fonseca e, expressa, perfeitamente, a situação limite da “marujada”.

“Até quando esperar, a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus”.

Até quando esperar? O título da música da Plebe Rude era o mesmo questionamento que os marinheiros se faziam. Mas, liderados por João Cândido, a plebe não esperou a ajuda divina e partiu para a ofensiva.
Os revoltosos tomaram o comando do encouraçado Minas Gerais e de outros navios e ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro (Capital Federal na época), caso o governo federal não aceitasse suas reivindicações.
O governo, pressionado pelo movimento, resolveu ceder às reivindicações dos marinheiros, inclusive comprometendo-se a não punir os rebeldes.

“Meu irmão se liga no que eu vou lhe dizer
Hoje ele pede seu voto amanhã manda os homens lhe prender”.

A prática dos políticos brasileiros, tão bem expressa na letra da música “Candidato caô caô” de Bezerra da Silva, também foi a prática do então presidente Hermes da Fonseca que, descumpriu o acordo, expulsando vários revoltosos da Marinha brasileira. Vários marinheiros rebeldes foram presos e sumariamente executados. Outros, deportados para a Amazônia, obrigados a trabalhar principalmente na extração de borracha. João Cândido foi preso, depois encaminhado para um hospital psiquiátrico e, em 1914, foi anistiado.
Sua liderança no movimento da Revolta da Chibata lhe rendeu algumas homenagens como a canção “O Mestre-sala dos Mares” dos compositores João Bosco e Adir Blanc, o projeto de lei nº 5874/05, determinando escrever o nome de João Cândido, no Livro dos Heróis da Pátria e, uma estátua , de corpo inteiro, nos jardins do Museu da República. Porém, apesar das homenagens, João Cândido ainda sofreu várias humilhações antes de falecer, como por exemplo, a interrupção de uma homenagem que estava sendo feita para ele, quando de seu retorno ao Rio Grande do Sul (Estado em que nasceu). A cerimônia foi suspensa pela Marinha do Brasil.
Percebemos que a instituição a que ele dedicou boa parte de sua vida, não lhe confere o devido reconhecimento. Mas por quê? Será que o comando da marinha continua o mesmo? (brancos opressores). Seu suposto comportamento subversivo deveria ser louvado pela Marinha, pois foi em prol de um bem maior que era a busca de dignidade para todos os marinheiros.
Sem desmerecer os feitos do Almirante Talmandaré (Patrono da Marinha Brasileira), os feitos de João Cândido podiam muito bem lhe conferir o título de Patrono da Marinha, pois ele lutou, efetivamente, por melhorias para os marinheiros. Já o Almirante Tamandaré, apesar de ter lutado em causas nobres (como a guerra de Independência do Brasil), também lutou por causas cuja a nobreza pode ser questionada (Guerra do Paraguai e a repressão as revoltas do período regencial: a Cabanagem, a Sabinada, a Farroupilha, a Balaiada e a Praieira).
Cabe então o seguinte questionamento: Por que João Cândido não pode ser o Patrono da Marinha? Será que é pelo fato dele ser negro? Pelo sim, ou pelo não, cabe a reflexão.

“A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra”.

No rap “Carta a mãe África” o poéta do Rap Nacional G.O.G. (Genival de Oliveira Gonçalves) expressa o sentimento de milhões de brasileiros que, de alguma forma, são excluidos da sociedade, e foi por esses brasileiros que João Cândido lutou.

Francisco Celso

DJ's Contra a Fome em ação

Confiram os DJ's Contra a Fome em ação no dia 20/11/2009 (Dia da Consci~encia Negra) no CEF 602 do Recanto das Emas-DF

http://www.youtube.com/watch?v=Ll1uqTVmvB8

DJ's Contra a Fome


DJs Contra a Fome
Distrito Federal, Brazil
É um projeto musical de Djs nas escolas e faculdades para ajudar no combate à fome, no Distrito Federal e Entorno.
O objetivo é oferecer acesso por meio de palestras, discotecagem e MC no ambiente escolar/acadêmico, além da doação de alimentos às comunidades carentes. A proposta envolve TECNOLOGIA, EDUCAÇÃO, ENTRETENIMENTO, CIDADANIA E CULTURA. Uma realização da ONG ACESSO, com patrocínio do FAP/DF e da Mediateca, e com produção da Griô.

saiba um pouco mais sobre esse lindo projeto acessando:

www.djscontraafome.blogspot.com

Rapadura Xique-Chico



“O rapper é aquele que faz apenas rap. Não me defino como rapper por que não faço rap, faço rapente”.
RAPadura Xique-Chico


RAPadura chegou disposto a “embolar” e “movimentar” o cenário musical brasileiro. Considerado pelo Prêmio Hutúz 2009 o melhor artista Norte/Nordeste do século XXI, o cearense Francisco Igor Almeida do Santos, mais conhecido como RAPadura Xique-Chico, é uma das maiores revelações da música brasileira nos últimos anos.
O jovem artista vem despertando a admiração de importantes figuras da música brasileira como Lenine, Marcelo D2, GOG, MV Bill, Happin Hood e muitos outros que se renderam ao “rapente”, som que só ele faz.
“Rapadura é tudo que existe de moderno e autêntico na nova música brasileira, um rap contundente, ideológico e totalmente mergulhado na rica cultura nordestina. Não dou seis meses para ele estar viajando pelo mundo, por estar à frente do seu tempo, e com certeza ter condições de provar que o Rap Brasileiro tem uma nova cara. A cara do Brasil. Finalmente!”. - Ferréz, escritor

Integrante de uma produtiva safra da música popular brasileira, RAPadura pode ser considerado um artista de vanguarda. A inusitada “embolada” do rap com o repente, o coco, o maracatu, a capoeira, o forró, o baião e as cantigas de roda, fazem dele um dos percussores no século XXI de um movimento em defesa da cultura popular que surge da integração do rap contemporâneo à música de raiz.
RAPadura desenvolve um trabalho voltado para o universo do canto falado. Uma mistura arrojada de rap com a tradição da cultura popular brasileira. Suas letras são contundentes e exalam uma linguagem poética sem perder a identificação com o povo. Falam do Nordeste, da seca, do agricultor, da mulher rendeira e também falam da cidade e dos processos de urbanização.
“Vejo o meu trabalho como uma verdadeira preservação das nossas raízes culturais do Brasil.” - RAPadura
Exportando o sumo da cana para o mundo, o público que vai ao show do RAPadura Xique-Chico pode conferir uma verdadeira celebração, onde tem-se no palco uma comprometida parceria com artistas e ativistas do campo e da cidade, ou seja, Art’vistas.
Para quem já compartilhou dos mesmos eventos e palcos que Lenine, Gerson King Combo, Detonautas, Paulo Diniz, Maria Rita, Jorge Aragão, MV Bill, Gog e Racionais MC’s, o desafio agora é atender ao chamado para uma missão mais do que especial: representar seu Norte e Nordeste, levar sua cultura para os quatro cantos do mundo.
Este é o RAPadura Xique-Chico, artista ímpar na cultura brasileira. RAPadura por essência, Xique por resistência, Chico por sorte de ‘bença’.
“Não vejo cabra da peste, só carioca e paulista, só freestyleiro em nordeste, não querem ser repentistas, rejeitam xilogravura, o cordel que é literatura, quem não tem cultura, jamais vai saber o que é RAPadura!”

Trecho da música “Norte Nordeste me veste”.

Seu primeiro álbum "Fita Embolada do Engenho" já está a venda. Para conhecer o som do RAPadura acesse: www.rapaduraxc.com.br

"... por isso que eu não me visto daquilo que tava previsto"

RAPadura

Colecionador de Pedras (esse livro eu recomendo)


"O RESULTADO DE ESCOLA COM EDUCAÇÃO MÍNIMA
É PRESÍDIO DE SEGURANÇA MÁXIMA."

Sergio Vaz

Sergio Vaz é um dos maiores poetas da chamada "Literatura Marginal Brasileira", mas lembrando que o termo "marginal" aqui tem a conotação sociológica do termo e não a conotação da cultura brasileira que associou o termo ao banditismo e a criminalidade. Eis a conotação sociológica do termo:
Em sociologia, marginalização é o processo social de se tornar ou ser tornado marginal (relegar ou confinar a uma condição social inferior, à beira ou à margem da sociedade). Ser marginalizado significa estar separado do resto da sociedade, forçado a ocupar as beiras ou as margens e a não estar no centro das coisas. Pessoas marginalizadas não são consideradas parte da sociedade.

Parafrasiando Hélio Oiticica "Seja marginal, seja herói", pois pra quem está as margens da sociedade cada dia de vida a mais é, por si só, um ato heróico, pois as pedras no caminho são muitas.

Para saber mais sobre o Sergio Vaz acesse www.colecionadordepedras1.blogspot.com

"Enquanto eles capitalizam a realidade eu socializo meus sonhos"

Sergio Vaz

sábado, 17 de julho de 2010

Estatudo da Igualdade Racial


No dia 16/06/2010 o Estatuto da Igualdade Racial foi aprovado por unanimidade nesta quarta-feira pela CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) do Senado, depois de dez anos de tramitação no Congresso. Porém os principais pontos defendidos pelo movimento negro ficaram de fora, como, por exemplo, as cotas universitárias e os insentivos fiscais a empresas com mais de 20 empregados que mantenham uma cota mínima de 20% de trabalhadores negros.
Representantes de movimentos de afrodescendentes que acompanharam a votação se disseram frustrados com o esvaziamento do projeto, mas afirmaram que a aprovação é uma vitória para a população negra.

"Identificamos que a não aprovação do estatuto constituiria um entrave à efetiva emancipação e desenvolvimento dos negros deste país", afirmou Nuno Coelho, coordenador nacional do Movimento dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil.

Segundo Coelho, o texto é um ponto de partida para que o governo e o Congresso passem a discutir políticas destinadas aos negros. Ele disse que os movimentos já estão articulando com congressistas propostas para cada um dos trechos suprimidos do texto inicial.

Como o projeto é do Senado e já foi alterado e aprovado pela Câmara, os senadores só puderam suprimir artigos e trechos e fazer emendas de redação.

Ponto de vista: Ao meu ver apesar do esvaziamento do projeto, o Estatuto aprovado significa um passo adiante no caminho da eqüidade e não um retrocesso. Porém é importante dar nome aos bois. Os responsáveis pelo esvaziamento do projeto foram os representants das elites que estão reunidos, principalmente em torno de duas siglas: DEM/PSDB. Vejamos as palavras do relator do projeto, senador Demóstenes Torres (DEM-GO): "O acesso à universidade e ao programa de pós-graduação, por expressa determinação constitucional, deve se fazer de acordo com o princípio do mérito e do acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística segundo a capacidade de cada um."

Ora, esse discurso da meritocracia não cola mais, pois qual é o mérito de uma pessoa vencer uma corrida de 200m largando 150m a frente?

Como diz o Mano Brown, pelo fato de ser preto você tem que ser duas vezes melhor, mas como ser duas vezes melhor se você está cem vezes atrazado?

As cotas não podem ser vistas como um privilégio ou um agrado, mas sim como uma justiça reparadora, como um pagamento uma dívida histórica que o país tem para com os afro-descendentes que tiveram oportunidades negadas e acesso restrito a bens básicos como saúde, educação e emprego.

Se por um lado identificamos os algozes, agora temos que tirar o chapéu para quem merece!!! Estou me referindo ao presidente Lula, pois muitos avanços na busca pela eqüidade se deram durante a sua gestão!!! Listarei algumas delas a seguir:
-2003 Aprovação da Lei 10.639 que torna obrigatório o Ensino da História e da Cultura Afro-brasileira nas Escolas;
-2008 Aprovação da Lei 11.645 que inclui, também a obrigatoriedade do ensino da História e da cultura indigena;
-15/07/2008 A Capoeira, finalmente, se torna Patrimônio Cultural do Brasil;
-2010 Aprovação do Estatuto da Igualdade Racial.

As eleições estão se aproximando e deixo a seguinte reflexão pra vocês: Continuar os avanços em busca da eqüidade elegendo a sucessora de Lula (Dilma) ou voltar ao retrocesso dos tempos de FHC votando em S...?

Meu voto é: 13 confirma.

Francisco Celso

Eleições 2010


As campanhas eleitorais já começaram e com elas alguns discursos preocupantes estão se difundindo principalmente aqui em Brasília onde a populção está indignada com tantos escandalos de corrupção. Os discursos aos quais eu me refiro são aqueles em prol dos votos nulos ou brancos. Creio que esse não é o melhor caminho, pois a partir do momento que você abdica do direito de escolher seus representantes, você além de permitir que outros escolham por você, você perde a legitimidade para poder cobrar dos mesmos. Usarei de metáforas para que vocês possam vizualizar com mais clareza o que eu quero dizer: 1ª situação - Vamos supor que você fosse a uma sorveteria e pedisse um sorvete, mas sem especificar o sabor, ao abdicar de escolher o sabor você deu direito que o sorveteiro escolhese por você, por tanto, gostando ou não do sabor, você não teria legitimidade para reclamar. 2ª situação - Você foi a sorveteria e escolheu um sorvete de chocolate, porém, o sorveteiro le deu um de morango, aí sim você tem todo direito de reclamar, pois você não teve as espectativas do seu pedido atendidas. Agora convenhamos, se você não dá o direito ao sorveteiro de escolher o sabor do seu sorvete, por que deixar que alguém escolha, no seu lugar, os seus representantes? O que vale mais o voto ou o sorvete? As bolas estão sendo trocadas bem na nossa frente e muitos não percebem!!!

Hibridísmo no RAP


Segue o release do grupo Ataque Beliz!!! para conhecer um pouco mais do som dos caras é só acessar www.ataquebeliz.com.br

No site está disponível para download o CD Reconceito, álbum de trabalho do grupo.

Bom som, bom show!!!

Semeador de Utopias

A inspiração para o título desse blog foi um livro chamado "O Semeador de Utopias" de Marcel Burstyn. Uma frase do próprio Marcel que sintetiza as idéias do livro é a seguinte: "Quanto mais próxima de seus objetivos utópicos, mais moderna é uma sociedade."

Francisco Celso

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Aniversário de 20 anos do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)

No último dia 11/07/2010 foi comemorado os 20 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente. Apesar das várias criticas feitas ao Estatuto eu o vejo como um avanço e não como um retrocesso. Porém, acho que a data não deve ser somente de comemoração, mas sim de reflexão, pois nossa juventude está cercada de más influências e muitos não conhecem seus direitos e não sabem como cobrá-los, ou seja, estão exclusos da cidadania. Não podemos deixar que essa juventude se perca, pois como diz o meu amigo Magú, eles são as "sementes do amanhã". Portanto vamos cercalos de bons exemplos e boas influências.

Francisco Celso
http://www.youtube.com/watch?v=gAVVeSmQPQE

Um pouquinho de MPB (Música Periférica Brasileira)


Acessem o site a seguir e confiram um pouco do trabalho do poeta do RAP Nacional, o GOG (Genival de Oliveira Gonçalves)
www.gograpnacional.com.br

ONDE ESTÃO OS HOMENS CAÇADOS NESTE VENTO DE LOUCURA


O sangue caindo em gotas na terra
homens morrendo no mato
e o sangue caindo, caindo...
Fernão Dias para sempre na história
da Ilha Verde, rubra de sangue,
dos homens tombados
na arena imensa do cais.
Aí o cais, o sangue, os homens,
os grilhões, os golpes das pancadas
a soarem, a soarem, a soarem
caindo no silêncio das vidas tombadas
dos gritos, dos uivos de dor
dos homens que não são homens,
na mão dos verdugos sem nome.
Zé Mulato, na história do cais
baleando homens no silêncio
do tombar dos corpos.
Aí, Zé Mulato, Zé Mulato.
As vítimas clamam vingança
O mar, o mar de Fernão Dias
engolindo vidas humanas
está rubro de sangue.

- Nós estamos de pé -
Nossos olhos se viram para ti.
Nossas vidas enterradas
nos campos da morte,
os homens do cinco de Fevereiro
os homens caídos na estufa da morte
clamando piedade
gritando p'la vida,
mortos sem ar e sem água
levantam-se todos
da vala comum
e de pé no coro de justiça
clamam vingança...
... Os corpos tombados no mato,
as casas, as casas dos homens
destruídas na voragem
do fogo incendiário,
as vias queimadas,
erguem o coro insólito de justiça
clamando vingança.
E vós todos carrascos
e vós todos algozes
sentados nos bancos dos réus:
- Que fizeste do meu povo?...
- Que respondeis?
- Onde está o meu povo?...
E eu respondo no silêncio
das vozes erguidas
clamando justiça...
Um a um, todos em fila...
Para vós, carrascos,
o perdão não tem nome.
A justiça vai soar,
E o sangue das vidas caídas
nos matos da morte
ensopando a terra
num silêncio de arrepios
vai fecundar a terra,
clamando justiça.
É a chamada da humanidade
cantando a esperança
num mundo sem peias
onde a liberdade
é a pátria dos homens...


Alda do Espírito Santo

Arte que transforma a vida que transforma a arte


É o povo na arte
É arte no povo
E não o povo na arte
De quem faz arte com o povo

Chico Sciense



É a minha vez de propor uma equação: colonização-coisificação.
Já ouço a trovoada. Falam-me de trovoada, de "realizações", de doenças curadas, e de níveis de vida elevados acima de si próprios.
Eu falo de sociedade esvaziadas de si próprias, de culturas espezinhadas, de instituições minadas, de terras confiscadas, de religiões assassinadas, de magnificências artísticas enfraquecidas, de possibilidades extraordinárias suprimidas.
Atiram-me à cabeça com fatos, estatísticas, quilômetros de estradas, canais e ferrovias.
Eu falo de milhares de homens sacrificados no Congo.
Falo dos que, à mesma hora em que escrevo, escavam à mão o porto de Abidjan. Falo dos milhões de homens arrancados aos seus deuses, hábitos, vidas, à vida, à dança e à sabedoria.
Enchem-me os olhos com toneladas de algodão ou de cacau exportadas, com hectares de plantações de olivais ou de vinha.
Eu falo de economias naturais e de economias harmoniosas e viáveis que, apesar de serem desorganizadas, estavam à medida do homem indígena, e que foram destruídas juntamente com as suas culturas alimentares, falo de subalimentação crônica, de desenvolvimento agrícola orientado para benefício exclusivo das metrópoles, de saque de produtos e de matérias-primas.


Aimé Césaire

"Chegou a hora de colher o progresso"


Iniciado em Dezembro de 2003, o grupo de rap Diga How é composto por Magú (Jaime Silva), John (John Ferreira) e conta com o apoio de Tg (Tiago Damião) e dj Willian em suas apresentações.

Suas influências vão de GOG, Raul Seixas e Elis Regina à Valete, Wu Tang Clan e Paul Mauriat.

A proposta do grupo é estimular a consciência de um público tão variado quanto os temas de suas letras, que falam de assuntos como energia nuclear (Núcleo do horror), a importância na educação das crianças (Sementes do amanhã) e do incentivo à leitura e seus benefícios (Quem lê, viaja).

Essa variação temática proporcionou ao Diga How participações em eventos importantes como Outubro Black, Todas as tribos, II Congresso de educação do Df entre alguns festivais de música, no qual ganhou troféu de melhor letra (Festival de Música popular da Samambaia), melhor música pelo voto popular (Festival de mpb Parque Sucupira) e melhor grupo de rap (Concurso de Hip Hop do Varjão).

O grupo acaba de lançar seu primeiro álbum - Homônimo, que conta com 16 faixas e várias participações, incluindo a do poeta do rap nacional, Gog.

Para conhecer um pouco mais sobre o Diga How, acesse: www.digahow.com.br

Quebrando preconceitos...

O RAP é visto por boa parte da população como som de bandido e muitos que reproduzem esse discurso não tem conhecimentos prévios a respeito do RAP para emitir juízo de valor. A termo RAP significa rhythm and poetry ( ritmo e poesia ). O RAP surgiu na Jamaica na década de 1960. Este gênero musical foi levado pelos jamaicanos para os Estados Unidos, mais especificamente para os bairros pobres de Nova Iorque, no começo da década de 1970. Jovens de origens negra e espanhola, em busca de uma sonoridade nova, deram um significativo impulso ao RAP.

O rap tem uma batida rápida e acelerada e a letra vem em forma de discurso, muita informação e pouca melodia. Geralmente as letras falam das dificuldades da vida dos habitantes de bairros pobres das grandes cidades. As gírias das gangues destes bairros são muito comuns nas letras de música rap. O cenário rap é acrescido de danças com movimentos rápidos e malabarismos corporais. O break, por exemplo, é um tipo de dança relacionada ao rap. O cenário urbano do rap é formado ainda por um visual repleto de grafites nas paredes das grandes cidades.

No começo da década de 1980, muitos jovens norte-americanos, cansados da disco music, começaram a mixar músicas, e criar sobre elas, arranjos específicos. As músicas de James Brown, por exemplo, já serviram de base para muitas músicas de rap. O MC ( mestre-de-cerimônias) é o responsável pela integração entre a mixagem e a letra em forma de poesia e protesto. É considerado o marco inicial do movimento rap norte-americano, o lançamento do disco Rapper’s Delight, do grupo Sugarhill Gang.

Entendendo o Rap

Geralmente, o rap é cantado e tocado por uma dupla composta por um DJ ( disc-jóquei ), que fica responsável pelos efeitos sonoros e mixagens, e por MCs que se responsabilizam pela letra cantada. Quando o rap possui uma melodia, ganha o nome de hip hop.
Um efeito sonoro muito típico do rap é o scratch (som provocado pelo atrito da agulha do toca-discos no disco de vinil). Foi o rapper Graand MasterFlash que lançou o scratch e depois deles, vários scratchings começaram a utilizar o recurso : Ice Cube, Ice T, Run DMC, Public Enemy, Beastie Boys, Tupac Shakur, Salt’N’Pepa, Queen Latifah, Eminem, Notorious entre outros.

Anos 80: auge do rap e mudanças

Na década de 1980, o rap sofreu uma mistura com outros estilos musicais, dando origem à novos gêneros, tais como: o acid jazz, o raggamufin (mistura com o reggae) e o dance rap. Com letras marcadas pela violência das ruas e dos guetos, surge o gangsta rap, representado por Snoop Doggy Dogg, LL Cool J, Sean Puffy Combs, Cypress Hill, Coolio entre outros.
Nas letras do Public Enemy, encontramos mensagens de cunho político e social, denunciando as injustiças e as dificuldades das populações menos favorecidas da sociedade norte-americana. É a música servindo de protesto social e falando a voz do povo mais pobre.

Movimento Rap no Brasil

O rap surgiu no Brasil em 1986, na cidade de São Paulo. Os primeiros shows de rap eram apresentados no Teatro Mambembe pelo DJ Theo Werneck. Na década de 80, as pessoas não aceitavam o rap, pois consideravam este estilo musical como sendo algo violento e tipicamente de periferia.
Na década de 1990, o rap ganha as rádios e a indústria fonográfica começa a dar mais atenção ao estilo. Os primeiros rappers a fazerem sucesso foram Thayde e DJ Hum. Logo a seguir começam a surgir novas caras no rap nacional : Racionais MCs, Pavilhão 9, Detentos do Rap, Câmbio Negro, Xis & Dentinho, Planet Hemp e Gabriel, O Pensador.
O rap começava então a ser utilizado e misturado por outros gêneros musicais. O movimento mangue beat, por exemplo, presente na música de Chico Science & Nação Zumbi fez muito bem esta mistura.

Nos dias de hoje o rap está incorporado no cenário musical brasileiro. Venceu os preconceitos e saiu da periferia para ganhar o grande público. Dezenas de cds de rap são lançados anualmente, porém o rap não perdeu sua essência de denunciar as injustiças, vividas pela pobre das periferias das grandes cidades.

Como vimos, boa parte do preconceito em relação ao RAP faz-se pelo fato dele ser um som predominantemente de periferia. O RAP (Ritmo e Poesia) segue a seguinte estrutura: Escreve-se uma história (geramente fatos reais do cotidiano dos guetos), transforma essa história em uma poesia e por último encixa-se uma base musical. Se em muitas letras o RAP retrata o banditismo, o crime e as drogas é porque, infelizmente esse é o contexto dos moradores de periferia. Porém não quer dizer que a periferia se resume a essas mazelas, muito pelo contrário, e a prova disso é que o RAP nacional está repleto de artistas que retratam a periferia de forma positiva mostrando o que ela tem de melhor, como por exemplo: GOG, Diga How, Ataque Beliz, RAPadura, Marcão Aborígine, Nego Dé, Vera Verônica,... Nos próximos posts mostrarei um pouco do trabalho desses artistas pra vocês. Abraços

Francisco Celso

Periferia tem talento


No último dia 09/07 foi lançado no American Rock Bar o CD Histera, segundo álbum da Banda 10zer04. Hystera é um termo grego que significa útero. Na Grécia antiga, Hipócrates, considerado pai da medicina, fez surgir a expressão histeria para classificar uma condição peculiar às mulheres que demonstravam comportamento colérico. Segundo o filósofo grego, a doença era causada por perturbações no útero. A histeria na Idade Média era sinônimo de possessão demoníaca, e, levou muitas mulheres às fogueiras do Santo Ofício. Mais tarde a psicanálise freudiana observou que tal distúrbio não era exclusividade feminina, atribuindo a "neurose" aos homens também. Mas, a histeria está longe de ser considerada pecado ou doença pela banda 10ZER04. O Cd pode ser baixado pelo site da banda: www.dzq.com.br