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sábado, 15 de outubro de 2011

Escolas investem na mediação de conflitos para promover a paz



Resolver os conflitos no ambiente
escolar por meio do diálogo é uma
prática que vem se mostrando eficaz
para a prevenção da violência e o
desenvolvimento da cultura da paz nas
escolas. Um exemplo disso é o projeto
desenvolvido há
cerca de um ano
pelo Centro de Ensino
Médio (CEM)
01 – Escola São
Francisco de São
Sebastião/DF, em
parceria com o Instituto
Pró-mediação,
entidade sem
fins lucrativos, que
tem como missão
promover a Cultura
da Mediação
no Brasil. A idéia
deu tão certo que
despertou a atenção de outras escolas
e hoje o projeto já é desenvolvido em
instituições de ensino localizadas no Recanto
das Emas, no Gama e no Paranoá.
Localizada na considerada a
terceira região mais violenta do Distrito
Federal, a escola São Francisco era um
reflexo do que ocorria lá fora, mas desde
o ano passado esse cenário vem mudando.
Alunos bagunceiros, considerados
líderes negativos, foram escolhidos
para integrar o projeto “Mediação de
Conflitos”. O projeto aproveitou o potencial
de liderança que esses meninos
já tinham para transformá-los, por meio
de um curso, em mediadores. Uma vez
formados eles passaram a resolver os
conflitos por meio do diálogo, tornando
o ambiente escolar mais atrativo e
respeitoso, tanto para alunos quanto
para professores.
A mudança no comportamento
dos alunos já começa a ser sentida
no decorrer do curso. Lá eles aprendem
a ter outra visão do conflito, que pode
deixar de ser só uma coisa negativa dependendo
da forma como ele é resolvido.
Por meio de aulas práticas e teóricas,
os futuros mediadores
são levados
a compreender
a mediação dos
conflitos como um
instrumento para
a prática da cultura
da paz, da justiça,
da cidadania
e o respeito aos
direitos humanos.
Segundo o professor
Francisco Celso,
do Centro de
Ensino Fundamental
(CEF) 602 do
Recanto das Emas/
DF, além de melhorar a convivência no
ambiente escolar e prevenir a violência,
a mediação é também uma forma de
promover a inclusão, o diálogo, a autonomia
e a participação coletiva.
“A ideia é envolver
não só os estudantes, mas,
também, professores, corpo
técnico-administrativo,
mães e pais de alunos”,
explicou o professor Francisco
Celso. Segundo ele,
todos, de alguma forma,
são personagens dos conflitos
que acontecem dentro
da escola e para que a
mediação funcione é preciso
que todos se sintam representados.
O aluno que
participou do conflito é representado
por um mediador-
aluno, o professor pelo
mediador-professor, e assim por diante.
Daí a importância de todos passarem
pelo curso de mediadores. Mas, para que
isso aconteça, é necessário não só que
todos tenham entendimento da importância
da mediação como, também, que
fique bem claro que ela não substitui as
ferramentas tradicionais da escola.
FORM ATURA – No CEF 602, o
“Projeto Estudar em Paz – Mediação de
Conflitos no Contexto Escolar” formou
sua primeira turma de mediadores no
dia 16 de setembro deste ano. Segundo
o professor Francisco Celso, a participação
desses alunos no curso se deu
de forma voluntária, após um trabalho
de sensibilização feito na escola. A surpresa
é que a procura pelo curso foi superior
ao número de vagas, mas todos
serão atendidos no decorrer do projeto,
conforme garantiu o professor. Os formandos
foram apresentados formalmente
para toda a comunidade escolar,
com direito a cerimônia de entrega de
certificados, camisetas e show da banda
“Estudar em Paz” – criada exclusivamente
para o projeto.


Fonte: www.sinprodf.org.br