O presente blog tem por objetivo compartilhar idéias, textos, músicas, poesias, filmes, em fim, todos os recursos tecnológicos, disponíveis para esse ciberespaço, que tenham por finalidade a difusão da idéia de que uma transformação positiva é possível em nossa sociedade e que a cibercultura, com toda a sua universalidade, nos possibilita sermos sujeitos ativos dessa transformação. Sejam bem vindos. Francisco Celso
terça-feira, 30 de novembro de 2010
SOMOS A ÁFRICA
Por Alessandro Oliveira
O racismo não é concebido no momento em que nascemos. Ele é produto de um tecido ideológico forjado a partir de uma infinidade de interesses políticos, econômicos, sociais e culturais. A escravidão moderna impeliu ao negro a classificação de “escravo por excelência”. Tal brutalidade histórica foi forjada sob a égide de uma ideologia que buscava mão de obra abundante para a expansão européia no “novo mundo”.
Desumanizar os povos africanos trazidos para as terras do além-mar serviu para que a barbárie praticada contra eles tomasse o aspecto de uma atividade moralmente justificada perante a sociedade. Açoites, estupros e privações, se acometidos contra os escravos, faziam parte de uma desafinada sinfonia do terror, que era apreciada por um mundo que não enxergava o negro como ser humano.
Infelizmente esta sinfonia do terror ainda ecoa no presente por vozes que difundem que o fenótipo negro é feio; que defendem superioridade rácica; que ensinam que as crenças religiosas africanas são maléficas; vozes que excluem. Mas, não são apenas as vozes que gritam a exclusão e o preconceito que ensurdecem os ouvidos da Humanidade. As vozes que se calam diante da barbárie são tão cruéis quanto às vozes dos que falam.
Há um pedido de Bertold Brecht que se faz necessário citar: “Desconfiemos, desconfiemos sempre do que aparenta singelo e habitual. Não aceitemos o que é de hábito como coisa natural; e, principalmente, carreguemos a certeza de que nada é natural, nada é impossível de mudar.”
Clama-se! Levantemos vozes para calar a exclusão. Exercitemos a audição para ouvir o grito dos excluídos. Mantenhamos os olhos abertos para reconhecer injustiças. Usemos nossas mãos para ajudar o próximo.
Que o ritmo dos tambores africanos inspire os homens do mundo inteiro a compor uma harmonia consonante com a justiça social.
A natureza é multicolorida, a "alma" não tem cor. Só existe a raça humana. Neste 20 de Novembro, lembremos que somos o mundo, somos a África.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário